domingo, 9 de setembro de 2012

Drave – Um Olhar lá do fundo


Nos dias que correm, muitas são as situações que nos impedem de parar e reflectir um pouco acerca do rumo das nossas vidas e o caminho que pretendemos que elas tomem. À velocidade que corre a vida, todos nós somos impelidos a colidir uns com os outros, somos como que  forçados a olhar para aqueles que nos rodeiam e acompanham a nossa caminhada, nos auxiliam nos momentos que necessitamos e nos ensinam e ajudam a crescer apenas com a sua simples presença. Todos eles nos ensinam algo mas, por vezes, nem a todos deixamos o devido olhar, o devido agradecimento, ficamos como que à sombra do nosso olhar. Realmente, muitas das vezes vive-mos à sombra do nosso olhar, das nossas acções, das nossas vontades.
Todas as actividades que se realizam na Drave, tendem a impelir todos aqueles que se mostraram disponíveis a aceitar o desafio de participação, a pararem uns momentos nas suas vidas e reflectirem sobre tudo o que os rodeia, sobre a sua fé. Não apenas a Fé no sentido religioso, mas entendendo a fé num sentido mais amplo da palavra; todas as nossas crenças, tudo aquilo em que acreditamos, tudo aquilo que nos faz levantar todos os dias de manhã e sentir que vale a pena estar acordado para lutar por mais objectivos, num intuito muito mais amplo que nos reportará ao nosso contentamento e à felicidade daqueles que nos rodeiam.
Drave por si só potencia toda esta possibilidade de reflexão e de descoberta interior. Num contacto muito próximo com a natureza e, numa cumplicidade muito grande com o Pai. Ali tudo é bastante rudimentar e difícil, mas é o local onde tudo é possível. Ali não há impossíveis e conseguimos transformar as nossas fraquezas, tornando-nos mais fortes, mais audazes. Com uma vontade que possibilita mover montanhas, ali, no meio do nada, tudo se consegue, tudo faz sentido.
Este fim-de-semana foi mais um momento que nos levou a parar as vidas agitadas que temos e nos fez olhar para nós e para as nossas acções – o modo como somos vistos e a maneira como vemos quem nos rodeia – as razões pelas quais muitas das vezes ficamos impávidos e serenos, quando à nossa volta surgem milhares de possibilidades e os motivos que nos impedem de remover todas aquelas montanhas que se nos atravessam no caminho, todas aquelas portas que se abrem à nossa passagem e todas as pessoas que se cruzam com o nosso trilho. Tudo isto procurando algo muito superior, a busca incessante pela nossa felicidade, sabendo que subiremos aquela montanha, com uma vontade incessante de mudar tudo o que nos rodeia, bastando para isso manter a mesma vontade que nos permite fazer feitos impensáveis lá em baixo, naquele vale, de nome Drave.

[texto retirado e adaptado da revista Drave Revista(da)