Nos dias que
correm, muitas são as situações que nos impedem de parar e reflectir um pouco acerca
do rumo das nossas vidas e o caminho que pretendemos que elas tomem. À
velocidade que corre a vida, todos nós somos impelidos a colidir uns com os
outros, somos como que forçados a olhar
para aqueles que nos rodeiam e acompanham a nossa caminhada, nos auxiliam nos
momentos que necessitamos e nos ensinam e ajudam a crescer apenas com a sua simples
presença. Todos eles nos ensinam algo mas, por vezes, nem a todos deixamos o
devido olhar, o devido agradecimento, ficamos como que à sombra do nosso olhar.
Realmente, muitas das vezes vive-mos à sombra do nosso olhar, das nossas
acções, das nossas vontades.
Todas as
actividades que se realizam na Drave, tendem a impelir todos aqueles que se mostraram
disponíveis a aceitar o desafio de participação, a pararem uns momentos nas suas
vidas e reflectirem sobre tudo o que os rodeia, sobre a sua fé. Não apenas a Fé
no sentido religioso, mas entendendo a fé num sentido mais amplo da palavra;
todas as nossas crenças, tudo aquilo em que acreditamos, tudo aquilo que nos
faz levantar todos os dias de manhã e sentir que vale a pena estar acordado para
lutar por mais objectivos, num intuito muito mais amplo que nos reportará ao
nosso contentamento e à felicidade daqueles que nos rodeiam.
Drave por si só
potencia toda esta possibilidade de reflexão e de descoberta interior. Num contacto
muito próximo com a natureza e, numa cumplicidade muito grande com o Pai. Ali
tudo é bastante rudimentar e difícil, mas é o local onde tudo é possível. Ali
não há impossíveis e conseguimos transformar as nossas fraquezas, tornando-nos
mais fortes, mais audazes. Com uma vontade que possibilita mover montanhas,
ali, no meio do nada, tudo se consegue, tudo faz sentido.
Este fim-de-semana
foi mais um momento que nos levou a parar as vidas agitadas que temos e nos fez
olhar para nós e para as nossas acções – o modo como somos vistos e a maneira como
vemos quem nos rodeia – as razões pelas quais muitas das vezes ficamos
impávidos e serenos, quando à nossa volta surgem milhares de possibilidades e
os motivos que nos impedem de remover todas aquelas montanhas que se nos atravessam
no caminho, todas aquelas portas que se abrem à nossa passagem e todas as pessoas
que se cruzam com o nosso trilho. Tudo isto procurando algo muito superior, a
busca incessante pela nossa felicidade, sabendo que subiremos aquela montanha,
com uma vontade incessante de mudar tudo o que nos rodeia, bastando para isso
manter a mesma vontade que nos permite fazer feitos impensáveis lá em baixo,
naquele vale, de nome Drave.
[texto retirado e adaptado da revista Drave Revista(da)