Decidi neste post divulgar um texto que encontrei numa pagina escutista sobre a essência do acampar escutista.
Leiam e reflictam pois esta muito bom.
O porquê do mato
Recuemos pouco mais de um século.
Até uma altura em que Lord Baden-Powell (BP) sente aquela necessidade de fazer algo pelos jovens ingleses, que começavam a parecer perdidos e sem destino, altura em que inventa o escutismo.
Estamos a falar de uma pessoa que há-de ter vivido grande parte da sua vida no mato, por necessidade profissional, e que aprendeu a viver nele, acabando por se sentir tão em casa debaixo de uns pinheiros como no conforto do sofá da sala.
Até uma altura em que Lord Baden-Powell (BP) sente aquela necessidade de fazer algo pelos jovens ingleses, que começavam a parecer perdidos e sem destino, altura em que inventa o escutismo.
Estamos a falar de uma pessoa que há-de ter vivido grande parte da sua vida no mato, por necessidade profissional, e que aprendeu a viver nele, acabando por se sentir tão em casa debaixo de uns pinheiros como no conforto do sofá da sala.
Ora BP sabe que o seu método funciona, que é eficaz enquanto método educativo, porque permite ao jovem ensaiar modelos de sociedade ao mesmo tempo que é senhor de criar as suas próprias aventuras.
Mas porquê arrastar os jovens de um meio que lhes é familiar e confortável para um meio inóspito, perigoso, desconfortável e muitas vezes longe de casa, obrigando a viagens caras e longas?
Mas porquê arrastar os jovens de um meio que lhes é familiar e confortável para um meio inóspito, perigoso, desconfortável e muitas vezes longe de casa, obrigando a viagens caras e longas?
Porque conhecia a rotina de campo, e sabia que não é possível viver na natureza sem um esforço contínuo, sem uma aprendizagem constante, e sem um trabalho de equipa, em que cada um cumpre a sua função para o bem comum, e que esta última rotina tem resultados imediatos.
Se há um que falha em recolher lenha, ninguém almoça, se há um que tarda em buscar água, todos passam sede, não é possível o ócio num acampamento de escuteiros, pela própria natureza da actividade.
Se há um que falha em recolher lenha, ninguém almoça, se há um que tarda em buscar água, todos passam sede, não é possível o ócio num acampamento de escuteiros, pela própria natureza da actividade.
A vida em campo torna-se assim não só um meio em que está mais desperto o imaginário da aventura, mas em que o trabalho de equipa, e o esforço individual nesse sentido, não é apenas uma opção, mas uma necessidade imperativa cujas consequências são graves e imediatas.
Desde a ginástica matinal ao acordar, para evitar as lesões do esforço que começa cedo, apanhar, separar e rachar lenha para o dia, fazer fogo para o pequeno-almoço, lavar loiça, roupa, arejar e arrumar o campo, tratar da higiene, encontrar, preparar e confeccionar o almoço e o jantar, e pelo meio fazer todos os instrumentos e comodidades para a vida em campo, todas estas pequenas tarefas se tornam de uma importância tremenda.
O simples acto de viver em campo é dos melhores meios de desenvolver o carácter de um jovem.
Desde a ginástica matinal ao acordar, para evitar as lesões do esforço que começa cedo, apanhar, separar e rachar lenha para o dia, fazer fogo para o pequeno-almoço, lavar loiça, roupa, arejar e arrumar o campo, tratar da higiene, encontrar, preparar e confeccionar o almoço e o jantar, e pelo meio fazer todos os instrumentos e comodidades para a vida em campo, todas estas pequenas tarefas se tornam de uma importância tremenda.
O simples acto de viver em campo é dos melhores meios de desenvolver o carácter de um jovem.
Voltemos aos dias de hoje.
A rotina de campo mudou muito.
Os mesmos do costume tiram o material do carro dos pais e montam rapidamente a tenda de 3 segundos em qualquer lado para irem a correr fazer um dos jogos que o chefe levou a semana anterior a preparar.
Depois os mesmos de sempre ligam o gás e num instante confeccionam qualquer coisa que o pai comprou no supermercado na véspera, de preferência uma das receitas do costume, para que no fim aos outros toque o “castigo” de ir lavar a loiça com o habitual ar contrariado de quem está a fazer um frete.
E rápido, que depois de almoço temos outro jogo, para evitar que o ócio os leve a actividades menos adequadas. O fogo de conselho foi substituído pela festa de campo, onde em vez de experiências e conselhos se trocam anedotas, peças cómicas e umas carícias com a namorada, até chegar a hora de ir mandar SMS’s para os amigos no chão frio e duro da tenda para os amigos virtuais.
A rotina de campo mudou muito.
Os mesmos do costume tiram o material do carro dos pais e montam rapidamente a tenda de 3 segundos em qualquer lado para irem a correr fazer um dos jogos que o chefe levou a semana anterior a preparar.
Depois os mesmos de sempre ligam o gás e num instante confeccionam qualquer coisa que o pai comprou no supermercado na véspera, de preferência uma das receitas do costume, para que no fim aos outros toque o “castigo” de ir lavar a loiça com o habitual ar contrariado de quem está a fazer um frete.
E rápido, que depois de almoço temos outro jogo, para evitar que o ócio os leve a actividades menos adequadas. O fogo de conselho foi substituído pela festa de campo, onde em vez de experiências e conselhos se trocam anedotas, peças cómicas e umas carícias com a namorada, até chegar a hora de ir mandar SMS’s para os amigos no chão frio e duro da tenda para os amigos virtuais.
E, pergunto-me, para que é que o chefe andou a queimar tanta pestana a preparar jogos noites de semana dentro, em intermináveis reuniões de equipa, quando o campo teria feito todo o trabalho educativo por ele, se apenas os deixasse acampar em vez de fazer campismo?
A vida em campo é a essência do escutismo, e urge que o chefe escuteiro volte a dominar a arte do mato, para que o possa ensinar aos seus escuteiros.
Não existe escutismo se ao moço não é dada a oportunidade de sofrer e aprender com isso, de passar pelas amarguras de uma noite fria com os companheiros como única fonte de calor, de falhar e aprender a assumir a responsabilidade pelos seus erros perante os pares.
Mais que fazer campismo, o escuteiro precisa de acampar.
Não existe escutismo se ao moço não é dada a oportunidade de sofrer e aprender com isso, de passar pelas amarguras de uma noite fria com os companheiros como única fonte de calor, de falhar e aprender a assumir a responsabilidade pelos seus erros perante os pares.
Mais que fazer campismo, o escuteiro precisa de acampar.
Fica a reflexão.
Vêmo-nos no mato.
Vêmo-nos no mato.
Só verdades...
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